Traição - um despertar

16/01/2019 00:39

Casada há seis anos e sem filhos me sentia tão realizada e satisfeita em todas as esferas que, agora percebo, não conseguia ver nenhum homem como macho. Nenhum – que não fosse meu marido – atiçava minha libido.

Era casa, trabalho, casa, maridinho, comidinhas – meu emprego tem horários regulares. Ele, homem de negócios, precisa sempre estar vendendo a si mesmo e os produtos da empresa onde trabalha. Isso significa milhares de reuniões que entram pela noite ou acontece aos finais de semana e normalmente sem que ele possa me levar.

Eu percebia, efetivamente aquela vida o estressava. Eu tentava compensar e me dedicava a ele, a nós, até que…

O sexto sentido feminino não falha, exceto para as ciumentas de plantão que veem rabo de saia a todo minuto de suas vidas.

Em um dos fins de semana promovido pela empresa para integração social de seus funcionários – onde eles embebedam a todos e descobrem todas as fofocas – lá estava ela, a estagiária, 19 anos de exuberância e poucas fitas na piscina.

Ela fazia questão de dar mancada e eu fazia questão de passar por babaca e não perceber. Ela podia estar apaixonada, não correspondida e destilando ódio naquele momento.

Meu marido se afasta do grupo de conversas, ela vai em direção a ele, tropeça e se sustenta onde? Quase ajoelhada no chão ela aperta o pênis de meu marido como se fora um troféu e o exibe para todos verem.

Ele a ergue, visivelmente contrariado, trocam ásperas e sussurradas palavras e ela se vai chorando. Atrás de mim comentaram: — Essa estagiária putinha já está demitida.

Não resisti: — Putinha?

Falei enquanto me virava para meus interlocutores e, ali, na minha frente, enquanto eu ainda destilava ódio sem atinar em que direção, estava um verdadeiro deus grego, pelo menos em exuberância.

Não costumo descrever pessoas, menos ainda homens, neste caso um macho que, depois de muitos anos, despertou uma libido adormecida e urgente. Eu precisava de “uma rapidinha”, até havia esquecido que elas existiam.

Moreno da cor do sol de Ipanema, mais de 1,80m — tamanho do meu marido, olhos verdes daqueles que brilham com auréola azulada que prenderam meu olhar mais do que deveria. Em seu corpo sem músculos severamente delineados não se via uma gordurinha, localizada que fosse. Aquele peito emoldurado com largos ombros me encantara, mas quando os olhos desceram e encontraram a sunga azul escondendo “músculos” bem delineados e chamativos senti meu corpo sucumbir e injetar lubrificação vaginal em excesso. Eu estava rendida e ainda esperava uma resposta que interromperia aquele magnifico sorriso.

Ele interrompeu nosso contato visual se dirigindo ao garçom, entregou seu copo de chope e voltou com dois deles. Confesso, ele me pegou olhando para sua bundinha que gritava por apertos e unhadas; e eu estremeci enquanto ficava vermelha e vergonha.

O sorriso dele confirmava que ele percebera tudo e, com um sorriso me entregou o copo:

— Tome, isso vai reduzir esse calor forte que sobe pelo nosso corpo.

Eu já não parava de tremer e minha vergonha aumentou quando só então percebi o velhinho, baixinho, ao lado de meu deus grego.

—Eu sou Marcelo, chefe do Alfredo que foi agredido ainda agora pela estagiária. Esse é Nilson, o diretor de RH, é ele quem tem que explicar o “putinha”. Eu me policio para não me comprometer com assédio moral. Falou deixando escapar uma deliciosa gargalhada que nós acompanhamos permitindo o desanuviar o momento.

O copo secou em minha mão e Marcelo imediatamente o substituiu depois de um breve e delicioso desfile até o garçom.

O que estava havendo comigo? Aquela não era eu. O desejo da “rapidinha” não me abandonava, pelo contrário, a cada troca de olhares ficava mais urgente.

Num hábil movimento Marcelo moveu o Nilson me colocando de costas para a casa. Idiota não! Virei-me. Espreitei toda a fachada e lá estava ela, agarrada e pendurada no pescoço do meu marido, agarrando-se com as pernas e a facha de vidro permitia a todos acompanharem – entusiasmados – a cena onde eu, perceptivelmente, era uma personagem.

Me afasto lentamente, aos poucos meus passos se aceleram. Já distante, na área de estacionamento sou alcançada por Marcelo.

Sem vontade própria, chorando, me deixo ser guiada. Sou colocada no bando de um carro. Marcelo entra pelo outro lado, se afasta do local, para em um gramado no alto de uma colina de frente para o mar, abre a porta, me estende a mão. Aceito, saio e meu desespero já está quase controlado quando ele me abraça, ergue meu queixo e - aquilo tudo – toma meus lábios me beijando furiosamente.

Meu vestido cumprido e largo nunca chegou a ser um obstáculo. Por baixo, como normalmente, nada mais e agora o corpo divino está colado em mim, uma mulher nua, raivosa, espumando por vingança e repleta de desejo e necessitando, implorando por “uma rapidinha”.

Enquanto me ajoelho na grama arranco aquela sunga linda para me deslumbrar com algo mais maravilhoso, enorme, sem pelos.

Aquilo não cabe em minha boca e eu estou gotejando com a vagina literalmente encharcada.

Ele me ergue com delicadeza. Me beija carinhosamente e, enfurecido, roda meu corpo, me faz apoiar as mãos em uma árvore e toma meu corpo me rasgando e me levando ao Olimpo num orgasmo instantâneo.

Meu corpo é só sexo. Minha mente é só sexo. Eu sou só sexo. Gozo mais de três vezes seguidas ali, naquela posição. Consegui minha rapidinha e então me vejo desfiada.

Ele me abandona com as pernas tremendo e amolecida pelo prazer. Deita na grama, pica descansando sobre o abdome, dá pequenos saltos e ele me instiga:

— Sou seu, faça de mim o que quiser.

Só quem alguma vez gozou rapidamente três vezes seguidas vai entender como eu estava trêmula, amolecida, porém sedenta. Parece que quanto mais; mais se quer.

Estávamos nus, sol se pondo, sentei ao lado dele, acariciei cada detalhe daquele ma-ra-vi-lho-so corpo e ele com um simples gesto me fez pular sobre sua virilha recebendo dentro de mim aquele instrumento de prazer que me rasgava, assava e saciava a um só tempo. Eu ainda não havia absolvido tudo aquilo quando meu corpo anunciou novo orgasmo e, desta vez, perdi totalmente o controle de mim mesma, da minha pélvis que saracoteava sem ritmo.

Meu corpo quicando escapou daquela deliciosa relação e se acalmou, meu corpo, eu não, era um tesão medonho e desconhecido até então.

Marcelo me manteve suspensa, olhar grudado ao meu, e numa inexplicável performance agiu como uma britadeira: profunda, veloz e precisa e que ia me quebrando por dentro e meu corpo voltou a corcovear, agora contido pelas fortes mãos e pela gravidade. Eu gozava com as pernas arreganhadas para o ar e xingava, como uma prostituta, palavrões há muito esquecidos.

Ele roda sobre mim sem qualquer aviso, pergunta se pode gozar dentro de mim e mesmo antes de eu deixar sinto ele explodir. Sinto os jatos! Sinto o inchar de sua pica! Sinto contrações desconexas e arrepios por todo corpo.

Aos poucos vou voltando a mim. Estou chorando. Ele está sorrindo para mim. Me pega no colo. Me senta no bando do carro. Recolhe meu vestido e me veste com carinho. Coloca a sunga, por cima uma bermuda e me leva de volta.

Alfredo ao me ver corre em minha direção, preocupado e agradecendo a Marcelo. Era bom mesmo ele agradecer. Foi a melhor trepada da minha vida e isso nós dois devíamos ao Marcelo.

O pior então se revelou. Alfredo protegera a menina de um cliente que a humilhava e ela se apaixonou por ele doentiamente. Já havia sido advertida e, naquele dia, o próprio diretor de Recursos Humanos a demitira. Meu marido em nada contribuíra, com nada participara, era inocente. Alfredo não tinha culpa e eu…

Bem, eu estava feliz por perceber que ainda rolar muita água em baixo daquela ponte. Meu marido, agradecido, convidava o chefe para passar o fim de semana seguinte num hotel fazenda que frequentamos e onde Alfredo passa a tarde em uma rede, perdido em seus livros de ficção científica.

Eu, novamente, estava desperta para o sexo e sedenta por novos encontros. Não ia conseguir para. Nem que para isso eu tivesse que incluir Alfredo nas aventuras de sua nova e puta esposinha!